A crescente busca por qualidade e a preocupação com a segurança e a durabilidade das estruturas na construção civil observadas na última década, vem fazendo com que, não só apenas as construtoras, mas também seus fornecedores busquem cada vez mais o aperfeiçoamento de seus produtos e serviços. Uma grande prova disso foi o surgimento de diversos programas de qualidade e normas técnicas, como por exemplo, o selo de qualidade da ABCP, o Qualihab (CDHU) e algumas normas que vem sendo elaboradas, além da nova norma de concreto NBr 6118.
No setor de lajes e painéis treliçados também se pôde observar nos últimos anos esta corrida em busca da qualidade, com a elaboração de um conjunto de normas técnicas de lajes pré-fabricadas, e programas para implantação e obtenção de selos de qualidade nas fábricas de laje.
No que diz respeito a sua fabricação, vários procedimentos devem ser observados para que se obtenha um produto em conformidade com as normas. Podemos começar pelas formas metálicas utilizadas para a fabricação das vigotas e painéis treliçados, que antes de receberem o concreto, devem receber a aplicação de um óleo desmoldante para facilitar a desforma e evitar que o concreto se danifique. Outro procedimento indispensável é a utilização de espaçadores, para que se tenha um correto cobrimento e espaçamento da armadura.
O concreto da vigota, embora na maioria dos casos não tenha função estrutural por estar na região tracionada da laje, deve ser um concreto de qualidade, pois tem a importante função de proteção das armaduras. Por isso deve ser corretamente dosado, aplicado, adensado e curado. O uso da mesa vibratória é a maneira mais indicada de se ter um concreto bem adensado, evitando-se assim uma possível penetração de água e posterior corrosão da armadura, o que diminuiria a durabilidade da estrutura.
Além de todos esses procedimentos de fabricação é muito importante que se armazene corretamente as matérias primas. O aço deverá ficar em local coberto, e não exposto ao tempo. Para o cimento é necessário que se tenha um local fechado e seco, e também que seja colocado sobre um estrado de madeira afastado do chão, respeitando sempre as distâncias mínimas e altura máxima das pilhas de sacos. A areia e a pedra deverão ficar separadas por baias cimentadas, para na se misturarem entre si ou com terra.
Alguns fabricantes já estão tomando todas essas medidas, e inclusive automatizando suas fábricas, com a utilização de esteiras e pontes rolantes. Isto significa que cada vez mais as lajes treliçadas se tratam de um produto nobre e devem ser encaradas como tal, pois são parte importante de um sistema que deve sempre visar a segurança e o bem estar de quem o utiliza: a construção civil.